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Arquitetos: Taller General
- Ano: 2022
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Fotografias:Punto Dos studio, JAG Studio, Andrés Villota
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto nasce da iniciativa de um grupo privado em investir em habitação e da motivação do Taller General para promover o uso residencial de qualidade no centro histórico de Quito. O esvaziamento populacional nessa região é inegável, entre outros fatores, porque não existe uma oferta habitacional que atenda às necessidades contemporâneas.
A maioria das intervenções na região são destinadas ao turismo, gerando uma população rotativa e uma carência no senso de propriedade sobre o território; além dos espaços que, a fim de evitar investimentos para sua recuperação, são destinados a armazéns e negócios precários.
A proposta arquitetônica consiste em recuperar e valorizar a estrutura original da casa - com paredes portantes de adobe - por meio de reforços estruturais desde sua base até seu topo, assim como as treliças originais de madeira.
O conjunto é composto por oito apartamentos e duas instalações comerciais resolvidas dentro deste mesmo envelope, com acabamentos simples que possibilitam reduzir os custos de venda. É assim que o projeto consegue gerar uma oferta de moradia coletiva no setor a preços acessíveis, além de oferecer unidades que funcionam como uma tela em branco para que os proprietários possam dar maior identidade ao interior de suas casas.
O foco está nos espaços de ocupação coletiva. O pátio central é protegido por um grande "guarda-chuva" formado por pórticos de madeira laminada e um teto de vidro para trazer mais luz e calor para o interior das unidades.
Além desta ação, foram feitas pequenas intervenções na construção original, que contribuem para estas duas buscas (luz e calor): o telhado de telhas que cobria os corredores do pátio central é recuado até a borda das paredes, ampliando a superfície do céu; os corredores ao redor do perímetro do pátio, que originalmente tinham 1,80 metros de largura, agora têm 1,20 metros de largura; um dos corredores é eliminado para criar dois corredores laterais para uso privado, e o corredor de acesso comum e as escadas principais são feitos de chapas de aço perfuradas que permitem a passagem da luz.
Na transição de um pátio para o outro há bicicletários com espaço para uma bicicleta por residência, o pátio/jardim posterior tem uma sala multiuso comum, um banheiro, uma sala de máquinas e uma lavanderia também comuns.
As unidades habitacionais são resolvidas com 3 tipologias diferentes: a primeira responde à dinâmica de uso do bairro, um apartamento-escritório que conecta uma das instalações comerciais com acesso à rua e uma suíte com o interior. A segunda propõe apartamentos em estilo loft com um quarto e um mezanino que permite diversas formas de ocupação, utilizando o grande pé direito original do primeiro andar da casa.
A terceira tipologia resolve unidades para um número maior de pessoas, apartamentos de dois quartos em dois andares, que podem ser estendidos com mezaninos acima de cada um de seus quartos. A distribuição dos apartamentos maiores - localizados no fundo do conjunto - é gerada a partir de um volume adicional na forma de uma galeria fechada, que contém as escadas e banheiros, resolvendo as circulações verticais privadas de cada apartamento.